De facto, o cidadão normal tem dificuldade em perceber que os preços da habitação, seja para compra ou arrendamento,não só continuem a subir como o façam muito acima do que seria razoável num mercado que se esperava ver estabilizado.
Ao fim de vários anos de promessas de sucessivos governos, de múltiplos desacordos e de um esgrimir constante de soluções tidas como miraculosas, o problema mantém-se e não surge um único sinal, por pequeno que seja, de abrandamento desta escalada de preços.
Até agora nenhuma solução legislada conseguiu qualquer resultado visível. O que conseguimos foi um imenso tempo perdido. E as perspectivas são sombrias, mais não seja pelas caraterísticas do problema que tornam inviável qualquer solução rápida.
A verdade é que continuamos a funcionar num mercado desadequado daquelas que são as caraterísticas da generalidade dos cidadãos/clientes e sempre sob a mira de lucros grandes e rápidos.
Agora, com um novo ciclo político praticamente iniciado, Portugal tem uma nova hipótese de tentar uma solução. Qualquer que ela seja, que tenha tempo de crescer e funcionar e que não seja, de novo, uma chance desperdiçada.
* Nuno Marques - Jornal de Notícias - 15 julho, 2025