quarta-feira, 16 de julho de 2025

OPINIÃO: Um imenso tempo perdido


Portugal atravessa, de facto, um gravíssimo problema de acesso à habitação. A questão é assumida por partidos e suportada pela maioria dos estudos de opinião como o principal problema enfrentado pelos portugueses nos últimos anos e as explicações são irrelevantes para quem esbarra em preços incomportáveis.

De facto, o cidadão normal tem dificuldade em perceber que os preços da habitação, seja para compra ou arrendamento,não só continuem a subir como o façam muito acima do que seria razoável num mercado que se esperava ver estabilizado.

Ao fim de vários anos de promessas de sucessivos governos, de múltiplos desacordos e de um esgrimir constante de soluções tidas como miraculosas, o problema mantém-se e não surge um único sinal, por pequeno que seja, de abrandamento desta escalada de preços.

Até agora nenhuma solução legislada conseguiu qualquer resultado visível. O que conseguimos foi um imenso tempo perdido. E as perspectivas são sombrias, mais não seja pelas caraterísticas do problema que tornam inviável qualquer solução rápida.

A verdade é que continuamos a funcionar num mercado desadequado daquelas que são as caraterísticas da generalidade dos cidadãos/clientes e sempre sob a mira de lucros grandes e rápidos.

Agora, com um novo ciclo político praticamente iniciado, Portugal tem uma nova hipótese de tentar uma solução. Qualquer que ela seja, que tenha tempo de crescer e funcionar e que não seja, de novo, uma chance desperdiçada.

* Nuno Marques - Jornal de Notícias - 15 julho, 2025

 

 

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